sobre plantar e colher

Desde criança sempre fui fascinada por esse processo do qual todos dependemos para nos alimentar: plantar e colher. Desde o primeiro feijãozinho germinado no algodão na escola até as brincadeiras de esconde-esconde na plantação de ervilhas da casa da minha amiga, a admiração pela perfeição da natureza que faz gerar alimento através de uma semente que brota e cresce de dentro da terra, esteve presente. Ainda antes dos 10 anos arrisquei uma plantação de tomates nos fundos de casa, que delícia era sentar no sol, colher meu próprio tomate e comê-lo com sal, sem cerimônia e sem qualquer tipo de fertilizante ou agrotóxico (tenho um amor impressionante pelo tomate ❤). Aos poucos os compromissos da preparação para a vida adulta me afastaram da vida de pequena produtora, somadas a uma mudança para um apartamento. Passado esse emaranhado de transformações, voltei à vida agrícola plantando temperos em vasos e, hoje, nos fundos de casa, os quais a gente usa para preparar as delícias que levamos a vocês todos os dias. E que satisfação poder plantar, colher, temperar e criar com as coisas que plantamos em casa! (mais os chuchus da vizinha Janete e os maracujás da casa ao lado, que ultrapassaram a cerca para viver no nosso pátio 😍). Pensando bem, plagiando Shakeaspeare, há muito mais mistérios envolvendo o plantar e colher do que sonha nossa vã filosofia: que atire a primeira pedra quem nunca ouviu ou proferiu um "cada um colhe o que planta" 😉