morrer de amor
- paula seben
- 25 de abr. de 2017
- 1 min de leitura

Ele tem um perfume inconfundível e seu sabor é apreciado até pelo menos apurado dos paladares. Seus sinônimos são tão variados quanto a sua versatilidade: alfavaca, basílico, manjericão. Essa proparoxítona é puro odor e sabor e também cercada de lendas e mitos - da Roma Antiga, passando pela Grécia, Egito e Índia, das religiões cristãs à umbanda e candomblé. Mas nenhuma dessas lendas e mitos tinha se apresentado em nossa vida antes de descobrirmos a mais importante de todas: nunca se deve elogiar um pé de manjericão. Essa lição foi aprendida de forma quase trágica (questão de ponto de vista). Vivendo no interior do Rio Grande do Sul, descobrimos na entrada de uma casa um imenso e perfumado pé de manjericão. A descoberta chegou junto com a do molho pesto e, sempre que possível, uma de nossas parceiras de culinária passava lá para pegar um galhinho. Constrangidas pelo fato de o pé ter dona, nossa prima Joana resolveu um dia bater à porta dessa casa e pedir gentilmente a doação de uma porção da saborosa erva. Quando a dona abriu a porta, a Joana proferiu um belo elogio à planta. A dona da casa imediatamente lamentou: - Nããããão! Não elogia que o pé morre! A Joana pediu desculpas e saiu com o manjericão e uma dúvida: - Será que morre mesmo? Rimos todas juntas e esquecemos da história, até passar por lá novamente e ver a planta definhando. O pé morreu. Se foi o elogio da Joana ou das pessoas que passavam pela casa quase na rua não sabemos. Mas aqui em casa é regra: sempre temos um horroroso pé de manjericão plantado na horta.
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